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terça-feira, 4 de outubro de 2011

A lenda da culpabilidade da vítima de crimes que envolvem sexualidade

Quem nunca ouviu “foi ela que estava usando uma roupa muito provocante”, “foram esses viados que se exibiram muito”, “Ela tem 13 anos, mas sabe se insinuar”. A gente escuta muito esse tipo de coisa cretina quando o crime envolve sexualidade.

Vítimas de violência que envolvem questões de gênero, não raramente são apontadas como responsáveis por serem vítimas.

 Até ontem eu realmente achava que isso ocorria basicamente em relação ao estupro, mas hoje ao assistir uma matéria na Tv sobre dois homossexuais agredidos na avenida paulista, percebi que essa merda rola com uma diversidade de crimes bem maior. Durante a exibição dessa reportagem ouvi diversos comentários bizarros sobre como o fato do cara ser gay o fazia assumir o risco de levar uma surra na rua como um desgraçado. Ser homossexual entre quatro paredes pode, nas ruas não “existem espaços apropriados para isso” diziam as vozes.

 A prostituição infantil é outro exemplo. Muitas vezes essa prática é justificada com a ideia de “ela queria”, como se o fato do cara transar com uma guria de 10 anos de idade não o fizesse ser um doente. Quanto ao estupro, já virou um grande clichê nos tribunais o criminoso apontar para a vítima e afirmar que ela seria uma “vagabunda conhecida”. Como se o fato de uma mulher ser prostituta desse o direito a alguém de dar uma surra nela ou estuprá-la.

A culpabilidade da vítima é só mais um instrumento que visa facilitar a impunidade do criminoso. Não raramente esses crimes não são denunciados por conta do medo da humilhação que alguém pode ter em ser apontado como responsável pelo seu flagelo. Isso também de facilitar a absolvição de criminosos, afinal, juízes meio burros comem essa pilha de “ela queria” ou “o comportamento deles foi ofensivo a mim”, mas verdade seja dita, esses discursos foram criados justamente para salvarem criminosos da cadeia. E o pior é que funcionam.

Enquanto a gente continuar punindo a vítima do crime que envolve sexualidade o culpado continua circulando por aí, ferrando outras pessoas. Tudo por conta dos nossos medos e preconceitos bobos. É a típica imbecilidade crônica que governa tudo, cara.

Com informações do livro: Eu nem imaginava que era estupro por Robin Warshaw

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